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Tinta da caneta: Riscar as mãos causa cancro da pele?

22 Abr 2024 - 09:02
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Tinta da caneta: Riscar as mãos causa cancro da pele?

Nas escolas, entre os mais novos, é comum existirem brincadeiras para combater o aborrecimento, como riscar as mãos com tinta de caneta. Além disso, enquanto escrevem ou desenham, algumas crianças ficam com manchas dos marcadores e canetas que usam para estas atividades. Por outro lado, alguns adultos, quando não têm papel por perto, têm o hábito de anotar pequenos recados no dorso ou na palma da mão. Mas esta prática tem riscos? E pode, por exemplo, causar cancro da pele?

Riscar as mãos com canetas pode causar cancro da pele?

Em declarações ao Viral, Cecília Moura, diretora do serviço de dermatologia do IPO de Lisboa, adianta que não há nada que prove que riscar a pele regularmente com “canetas usadas em ambiente escolar ou em contexto de trabalho administrativo, laváveis, como as esferográficas ou marcadores” cause cancro.

Segundo a médica, esse risco poderia existir apenas “se houvesse recurso à radiação UV para fixar tinta”. Nesse contexto, a responsabilidade seria atribuída à própria radiação ultravioleta.

Como se explica num texto informativo publicado no site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa) dos Estados Unidos, a radiação UV “é uma forma de radiação não ionizante” emitida pelo sol e por fontes artificiais, como solários, certas luzes e alguns tipos de lasers.

No mesmo texto expõe-se que “a exposição excessiva pode apresentar riscos”, como “queimaduras solares”, “o envelhecimento precoce” e “cancro da pele”.

Apesar de a tinta das canetas de uso comum não causarem doença oncológica, Cecília Moura refere que, de facto, existe o risco (incomum) de “dermatite traumática ou alérgica”.

De acordo com um texto do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla inglesa) este tipo de reação é desencadeada “pelo contacto com uma determinada substância”.

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Os sintomas “podem variar desde leve secura, vermelhidão, queimadura ou ardência na pele, até bolhas muito dolorosas que podem ficar cheias de líquido”, refere-se. 

Na perspetiva de Cecília Moura, “em caso de reação, deve-se sempre consultar o médico assistente”.

Quais os fatores de risco para o cancro da pele?

Existem vários fatores de risco para o cancro da pele, sendo que grande parte deles não podem ser evitados. 

Ainda assim, num documento do IPO Lisboa, salienta-se que a presença de fatores de risco “não significa que se vá ter cancro, nem a sua ausência indica que se está livre” de desenvolver a doença.

Segundo o mesmo documento, o cancro da pele é “mais frequente na população caucasiana” e, tal como se explica no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), isto deve-se “à relativa falta de pigmentação da pele”.

Além da pele clara, pessoas com sardas ou sinais, cabelos loiros ou ruivos e olhos azuis “pertencem ao grupo de maior risco”.

Outros fatores de risco para o desenvolvimento de cancro da pele referidos pelo documento do IPO de Lisboa são: ter uma “idade superior a 50 anos”; “tomar medicamentos imunossupressores”; ter “antecedentes familiares de cancro da pele”; e pessoas com “defesas reduzidas” (como transplantados e doentes que estão a fazer quimioterapia ou radioterapia).

A exposição excessiva à radiação UV (do sol e não só) é o único fator de risco que pode atingir qualquer pessoa (ver aqui, aqui e aqui). 

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A boa notícia é que este fator de risco pode ser evitado, por exemplo, ao utilizar-se protetor solar e vestuário adequado e ao evitar-se a exposição solar direta entre as 12 e as 16 horas. Pode ler mais sobre o assunto neste artigo do Viral.

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22 Abr 2024 - 09:02

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